ARTIGO
CULTURA ORIENTADA A DADOS COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO
Por Priscilla Silva Coelho

O ambiente das organizações tem se tornado cada vez mais desafiador no que diz respeito à sua capacidade de resposta e adaptação ao contexto complexo que vivemos. Isso exige planejamento e preparo, de modo que o processo de tomada de decisões esteja amparado por informações que subsidiem a identificação do melhor caminho a percorrer.
Dito isso, o cenário competitivo e a constante necessidade de melhorias e performance vêm exigindo uma nova postura organizacional em relação aos conhecimentos e dados, que são amplamente gerados e acessados todos os dias. Foi-se o tempo em que as decisões eram tomadas por dados inconsistentes ou apenas por experiências vivenciadas. Além disso, conforme a origem dos dados, estes podem assumir abordagens, formatos e estruturas diferentes. Contudo, por qual motivo deveríamos nos preocupar com essa realidade?
Inicialmente, é importante conversarmos sobre os tipos de dados que podem ser classificados em estruturados, semiestruturados e não- estruturados, como podem ver na figura a seguir:

Outro foco importante é conhecer os tipos de análise de dados, que podem ser: Descritiva, Diagnóstica, Preditiva ou Prescritiva. Podemos observar na figura a seguir:

Cabe às organizações definir a melhor abordagem para reunir esforços, competências e ferramentas que possam extrair valor dos dados e promover ações relacionadas à preservação, visualização e disseminação das informações.
Um aspecto importante é a precisão e qualidade dos dados direcionados pelo objetivo final da sua aplicação. Sem isso em mente, todo o trabalho de geração de informação, conhecimento e sabedoria ficará comprometido devido às inconsistências promovidas pela não confiabilidade dos dados que foram trabalhados desde o início.
Partindo do pressuposto de que os dados assumiram um papel vital na estratégia das empresas, vale ressaltar alguns pontos de atenção sobre eles:
1. O dado, por si só, não reflete nada se não for adaptado ao contexto e inserido em uma ótica analítica;
2. A dificuldade encontrada pelos profissionais em saber quais perguntas deverão ser feitas e se os dados utilizados são os adequados para respondê-las impacta diretamente na qualidade da análise e informações disponibilizadas aos tomadores de decisões.
Cabe esclarecer que, além de considerar a importância da formação e educação dos profissionais para manipulação e interpretação dos dados, é imprescindível que as organizações estejam imbuídas em incluir a cultura analítica no seu contexto cotidiano e na sua cultura organizacional.
“Cultura analítica não se refere a criar ferramentas, se refere a tomar decisões de negócio baseando-se em dados. A base da Cultura Analítica não pode ser ferramentas, precisa ser pessoas.”
(CAPPRA, 2017)
Diante desse contexto, os dados e as formas como estes interagem entre si podem identificar níveis de maturidade, que ajudarão a entender como atuam e quais níveis podem ser superados ao introduzir a cultura de dados, como vemos a seguir:

Na medida em que os níveis de maturidade vão sendo identificados, passam a projetar quais caminhos deverão ser percorridos para que a cultura analítica seja implantada de forma sistêmica, valorizando, assim, o papel dos dados em todos os níveis da organização.
Entender o potencial da cultura e abordagem orientada a dados pode ser o início de um caminho que deverá ser percorrido cada vez mais pelas organizações que pretendem se manter competitivas frente ao mercado.
Portanto, ser informado por dados permite que você os interprete ao mesmo tempo em que reconhece e compreende suas limitações. Ser orientado por dados requer que você os use como uma bússola que indica o caminho. Ser inspirado em dados permite que você imagine possibilidades com base em sua interpretação, alinhando a melhor estratégia de ação.
Se sua tomada de decisões é feita com base no “eu acho que é melhor assim”, tente comprovar com números. Pergunte-se: “mas, por quê?”, com base em quais argumentos? O mundo é dinâmico e, mesmo que uma decisão tenha se mostrado acertada no passado, não significa que será eternamente a resposta válida.